sábado, 24 de outubro de 2009

O SARAMPO ANTROPOFÁGICO

A respeito do movimento modernista, os críticos e os estudiosos entram em sintonia num ponto: a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, em São Paulo, representou um marco, verdadeiro ponto de inflexão no modo de ver o Brasil. Não só de ver como de escrever sobre o Brasil. Em geral, os artistas e intelectuais de 1922 queriam arejar o quadro mental da nossa "intelligentsia", queriam pôr fim ao ranço beletrista, à postura verborrágica e à mania de falar difícil e não dizer nada. Enfim, queriam eliminar o mofo passadista da vida intelectual brasileira.
Do ponto de vista artístico, o objetivo fundamental da Semana foi acertar os ponteiros da nossa literatura com a modernidade contemporânea.
Para isso, era necessário entrar em contacto com as técnicas literárias e visões de mundo do futurismo, do dadaísmo, do expressionismo e do surrealismo, que formavam, na mesma época, a vanguarda européia. Desse ângulo, o modernismo é expressão da modernização operada no Brasil a partir da década de 20, que começava a dar sinais de mudança (vide, no plano político, o movimento rebelde dos tenentes) de uma economia agroexportadora para uma economia industrial.
Esse juízo é, do ponto de vista mais geral, certeiro; no entanto, ele não deve esconder as diferenças no seio do movimento de 22. Diferenças de ordem política, ideológica e estética. Na verdade, houve duas correntes modernistas: uma de inspiração conservadora e totalitária, que iria, em 1932, engrossar as fileiras do integralismo, e outra, mais crítica e dissonante, interessada em demolir os mitos ufanistas e contribuir para o conhecimento de um Brasil real que não aparecia nas manifestações oficiais e oficiais da nossa cultura. O pressuposto essencial de 22, o autoconhecimento do País, tinha a um só tempo de acabar com o mimetismo mental e denunciar o atraso, a miséria e o subdesenvolvimento. Mas denunciar com uma linguagem do nosso tempo, moderna, coloquial, aproveitando o arsenal estilístico e estético das inovações vanguardas européias.


O texto acima é parte de um editorial. Foi publicado na Folha de S.Paulo no dia 15 de maio de 1978

Por: carolina medeiros
http://http://almanaque.folha.uol.com.br/semana22.htm

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O programa de modernismo.

1921 marca o início da busca de abrir terreno às novas ideias:


  • Rejeição das concepções estéticas e práticas artísticas românicas, parnasianas e realistas;

  • Independência mental brasileira e recusa às tendências européias em moda nos meios cultos conservadores;

  • Elaboração de novas formas de expressão, capazes de apreender e representar os problemas contemporâneos;

  • Transposição, para a arte, de uma realidade viva: conflitos, choques, variedade e tumulto, expressões de um tempo e uma sociedade

Essas ideias vem se desdobrando ao decorrer de todo o movimento, gerando caminhos: a poesia pau - Brasil, o verde-amarelismo, a antropofagismo, regionalismo, a reação espiritualista e a consciência social.


Esse grupo de pintores, introduzem as coordenadas culturais da nova era o mundo da técnica e do progresso que o modernismo glorifica para depois, criticar por suas conseqüências na esfera política e social.

Fonte.

Por: Carolina Medeiros :D